Para
falar sobre o perdão, vamos lembrar a estória alegórica do antigo testamento,
quando Caim matou seu irmão Abel por inveja, porque Jeová elogiou a oferta de
Abel e menosprezou a oferta de Caim. E Jeová, para castigá-lo o condenou a
vagar sem destino.
Caim
choramingou, porque ficou com medo de ser morto por algum desconhecido. Que
desconhecido seria esse, se só havia ele, o pai Adão e a mãe Eva, já que o
irmão estava morto?
Até
Jeová se esqueceu disso, e proclamou que: se alguém o matasse seria castigado
até 7 vezes.
Mais
confiante, Caim partiu, e logo depois, encontra uma mulher e com ela se casou.
Que mulher era essa ninguém sabe. Talvez uma das muitas Evas que Jeová criou.
Mas, Caim fundou uma cidade e deixou uma descendência, dentre eles seu
tataraneto chamado Lameque, que era casado com duas mulheres. Já que naquele
tempo, Jeová liberava os homens a ter quantas mulheres pudessem sustentar.
E
Lameque era um indivíduo mau, daqueles que não levam desaforo para casa. Um
dia, ele disse às duas esposas:
“...matei
um homem por me ferir, e um rapaz por me pisar. Se Caim seria vingado 7 vezes
(por Jeová), com certeza Lameque o será setenta e sete vezes.” (Gênesis, 4:
23-24)
Lameque
mostrava o espírito de sua época. Espírito de revide, de não levar desaforo para
casa. Ele seguia a lei de Moisés, do “Olho por olho, dente por dente.” (Êxodo,
21:24)
Mas,
enquanto Lameque vingava-se 77 vezes, e Jeová 7 vezes, Jesus chegou para
inverter tal proposta e inaugurar um novo tempo, com o perdoar 70x7 vezes. Para
quem multiplicou o resultado é 490, segundo Emmanuel o perdão deve ser exercido
490 vezes ao dia e não ao longo da vida. Então, seja lá qual for a
interpretação, podemos dizer que foi uma maneira simbólica que Jesus usou para
pedir que perdoássemos sempre.
Mas,
infelizmente, ainda hoje, conhecemos muitos Lameques, que falam de Jesus, mas
seguem a lei do olho por olho, dente por dente. São aqueles que pedem pena de
morte; os que querem fazer justiça com as próprias mãos; os que não levam
desaforo para casa; os que revidam qualquer tipo de agressão. Estas pessoas
perdem famílias, amigos, emprego, liberdade...
Muitos
presídios e manicômios não existiriam se perdoássemos mais; se não revidássemos
injúrias e violências, se dominássemos nossa cólera, nosso ódio, nossa
vingança; se não duelássemos corporalmente e verbalmente; se retribuíssemos o
mal que nos fazem com o bem; se fizéssemos aos outros o que gostaríamos que
eles nos fizessem.
Ao
invés de REVIDAR, deveríamos RELEVAR.
Grupo de Estudo “Allan Kardec”

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