O amor e a caridade são o complemento da lei de
Justiça, porque amar ao próximo é fazer-lhe todo o bem que está ao nosso
alcance e que gostaríamos nos fosse feito a nós mesmos. Tal é o sentido das
palavras de Jesus: Amai-vos uns aos outros, como irmãos.
A caridade, segundo Jesus, não está restrita à
esmola. Ela abrange todas as relações que temos com nossos semelhantes, quer
sejam nossos inferiores, nossos iguais ou nossos superiores.
Ela nos ordena a indulgência porque nós mesmos temos
necessidade dela. Proíbe-nos de humilhar o infortúnio, contrariamente ao que se
pratica muito frequentemente.
Se uma pessoa rica se apresenta, têm-se por ela mil
atenções, mil amabilidades; se é pobre, parece não haver mais necessidade de se
incomodar com ela. Quanto mais sua posição seja lastimável, mais se deve
respeitar antes de aumentar seu sofrimento pela humilhação.
O homem verdadeiramente bom procura realçar o
inferior aos seus próprios olhos, diminuindo a distância, entre ambos.
O LIVRO DOS ESPÍRITOS, L. III, Cap. XI, per. 886.
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