terça-feira, 10 de abril de 2018

CONHECENDO SEU GUIA NA UMBANDA


É muito comum no inicio das incorporações, quando a gente está ansioso, com medo, curioso e inseguro para saber quem são nossas entidades, como trabalharam, nomes, etc… Todos nós médiuns já passamos por isso…..Quando há as incorporações o médium fica mais que atento a qualquer palavra que saia de sua boca “se eu falando ou a entidade? o que vai acontecer agora? o que ele tá fazendo?”
Tudo isso faz parte do inicio, pois ser consciente é perfeitamente normal e não é sinal de “falta de firmeza, ou imaturidade nas incorporações, ou fraqueza do médium”.
E é nessa fase onde o médium atua muito junto com a entidade, por sua participação, “interatividade” que é peculiar nesse inicio, ocorre maior incidência de uma interferência do médium, sobrepondo a da entidade.
Porém, com o passar do tempo, o médium vai ganhando confiança, vai aprendendo a ficar mais alheio das manifestações das entidades, pois para ele não terá mais mistérios e se reservará da total abstenção de qualquer tipo de interferência, inclusive de sua própria opinião do que a entidade deveria agir, falar ou conduzir numa consulta.
Muitas pessoas desistem no inicio, por não aceitar sua consciência e não conseguir trabalhar psicologicamente essa questão e achar que é ele ali e não a entidade quem conduz. De não insistir e entender que as incorporações vão se firmando com o tempo. Pois nossa forma de trabalhar mediunicamente é muitíssimo diferente do Candomblé e/ou do Espiritismo. E para a Umbanda a afinidade e sintonia nas incorporações são de fato, mais demoradas. E nesse processo de ajustes, equalizações e estabelecer uma sintonia satisfatória, o médium deve entender que haverá sim erros, o seu sobrepor a própria entidade, o animismo, porque faz parte desses ajustes. Por isso o médium não deve ser permitido ao estarem sob influência das entidades; beber, fumar e principalmente, dar consultas e atender o público, quando essa sintonia não se estabelecer de fato, avaliado pelo dirigente e guias chefes da casa.
Não é que não podem ….. É normal as entidades não darem nomes de suas falanges no inicio, pois o médium ainda não está preparado mediunicamente falando… demora-se um tempo para estabelecer uma sincronia entre a faixa vibratória da entidade com a do médium e somente quando houver harmonia, e com menos risco de animismos por parte do médium, é que elas trazem sua falange.
Antes de tudo cada guia que incorpora é único, cada um é um espírito em particular, com seu jeito de agir e pensar. O nome de que se utilizam é apenas um indicativo da forma que trabalham de sua linha e irradiação. Por isso podemos ter vários espíritos trabalhando com o mesmo nome, sem que sejam por isso um só espírito.
 É como ser um médico, engenheiro, etc… Todos possuem um conhecimento comum, além do conhecimento individual. E isso faz com que trabalhem de forma diferente, mas seguindo a mesma linha geral. A mesma coisa acontece com nossos guias, então é comum escutar:
 - Como é o Caboclo X?
 - Me conte a estória do Preto Velho Y?
 - Como é o ponto riscado do Exú Z?
Isso pode ocasionar vários problemas no início do desenvolvimento, o médium lê uma descrição de que o Caboclo Y fuma. E ele fica com “isso” na cabeça, assim que chega no momento de trabalhar com o seu guia o Caboclo Y (também) ele pede um charuto, e a partir daí fica mais difícil de romper essa barreira anímica criada pelo médium.
Ou então o médium lê que o Exu Z quando incorpora ajoelha no chão, aí pensa, “nossa o que eu incorporo não ajoelha!!!” e começa a se sentir inseguro quanto à manifestação do seu guia, podendo com isso atrapalhar o seu desenvolvimento.
Pra resumir, a melhor forma de conhecer seu guia é através do tempo, do desenvolvimento e do trabalho com ele, assim pouco a pouco você vai se inteirando de como ele é, como gosta de trabalhar, etc.


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